Diálogos Para Além do Mar

Que estranha brisa...
Sopra envolvente,
Num veludo confortante...
Busco a origem,
E feição...

Mas, descubro
Que a brisa vem de dentro,
Num sopro saudoso e lente
Dum sentimento distante...

Que estranha brisa
De veludo,
A que cá tenho dentro...
Sem ti, só posso esperar a brisa
Que, envolvente, vem mesmo daí!
Brisa imensa, Intensa,
Névoa eterna e nuvem
Careciam de respostas enquanto a brisa
Nua,
Sempre vinha!

Quedava-me muda, sem espanto,
Enquanto a brisa,
Tua,
Chegava...
Sem dimensão, em quartos fechados,
Engasgava palavras,
Afastava pensamentos,
De brisa,
Tua,
Que chegava!

Por entre brisas e gaivotas...
Por entre saudades
E outras rotas...
Por entre espuma e o bréu...
Voam
Duas leves penas...
Que se vestem de poemas..
E enchem de brilho, o Céu!

Lentamente deixei-me de ti...
Absoluta e triste, livrei-me de mim!
Pela noite dentro, carpi a dor
De tantas dores que nunca tive, inventadas...
E fui, assim, destruindo o mundo,
Arredores de um mundo sem brisas,
De pessoas que nunca me entendiam,
De amantes que nunca me amaram,
De livros que não tinham palavras,
Nem prosa ou verso. Só vazio!
A brisa caiu,
Tua,
Sem chegar!

Quantas lágrimas
Sibilinas,
Cristalinas,
Dos olhos brotaram, em dor...
Quanto aperto, rasgado no peito,
Nm desespero,
E sem jeito...
Somente
Por falta de amor...
Aguarela Matizada
Enviado por Aguarela Matizada em 04/07/2006
Reeditado em 13/06/2010
Código do texto: T187111
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