Navio naufragado

No ponto

onde a vista

alcança

o encontro

do mar revolto

e do céu

sombrio

ergue-se

o vulto

umbroso

de uma ilha.

E lá

onde morrem

as ondas

e a espuma vem

amortalhar

os rochedos

que negreja

em solidão

um vaso

sinistrado.

Pelo convés

destroçado

deslizam

as marés

e os mastros

partidos

atiram-se

inermes

ao céu.

No costado

onde cracas

grudam-se

às chapas

ferrugentas

somente

os olhos mortos

das vigias

contemplam à distância

os velhos portos.

(15-10-2009)