Atum na encruzilhada

Atum na encruzilhada

Um norte para quem inventou as escolhas erradas

Uma saída de emergência para a melhor situação do mundo

A vivência às vezes faz um bem pra pele

E encontra ouvidos sedentos para que nos calemos

Quando atravessei o túnel da felicidade

Não sabia que era de graça

E o ouro que dei em tarde escura

Foi investido em armas brancas

A segunda-feira daquele dia de novembro azul

Encontrei aquela que seria a última sorte

E pisei em cima de mim mesmo para subir o último degrau

Quando adormeci em chance única

Acordei querendo vencer a nova dúvida

Acertei o relógio do tempo de acordo com o meu pessimismo

As aventuras que seguem após o encontro incomum

Navegam agora em outros risos

Torturam as visitas estranhas

E devoram a casa da vacina

O melhor agora seria o pior passado

Registrando os casos policias que se vendiam nas bancas

Levando o sabor da encruzilhada

Deixando de ser o mesmo feitiço que pegou a perna dos amputados

Surgiu então aquilo que chamavam de anti-misericordioso

Fez morada em sala grande perto do quarto dos fundos

Um lugar ou parte que combina cérebro e coração

Nada além de quem não deva merecer essas torturas

Só desculpas que elevam a alma doce escura

Foi pedido o novo voto e frustração

Um por um comprou o sarro

Estendeu a mão em curvas

E saiu o meu legado.

Rafael Santiago
Enviado por Rafael Santiago em 14/10/2009
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