Morte em vida


Vozes que ecoam ...que dilaceram essa alma perdida
Estiletes de castas feridas que sangram a dor...
Lágrimas caem nesse mar de horror em turbulências que a vida impõe
ventos que sopram ligeiros devastando toda certeza que ainda persistia...vendaval de tormentos!

Vagando nas ondas do destino, rasgando
a pele que encoberta as verdades nuas
pouco a pouco vai ferindo a quem se fez branda....branca!
Nesse obscuro e penoso viver
sigo as trilhas tentando me esconder
pego desvios, atalhos...não consigo me erguer

Derramo meu pranto, sofro os maiores desencantos
no silêncio que me cativa... alma invadida!
Choro para aliviar meu cansaço,
pra matar a saudade do que não pude ter
em sonhos que vão se diluindo, em solventes...ácidos de tristeza!

Vou sangrando os tons, vida sem cor, os acordes que me açoitam...deslizes!
Pago o preço caro de minhas infelizes escolhas...e penar nesse vale de lágrimas é minha condenação...por inocência fui entregue a solidão.
Sofro toda dor então...com total sofreguidão!
Vivo a morte a cada dia, em cada amanhecer e anoitecer
pois restou apenas a carcaça e a alma vazia que espera o alívio de seu padecer. Aguardando o dia que não mais sofrerei.


Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 12/10/2009
Reeditado em 13/10/2009
Código do texto: T1862538
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