VELHAS TRISTEZAS RENASCIDAS

‘Diluências de luz, velhas tristezas’

Incongruências das trincheiras e vilezas

‘Das almas que morreram para a luta!’

Fruto de dores cruéis de mil labutas

‘Sois as sombras amadas de belezas’

Exemplo de um tempo de fortaleza

‘Hoje mais frias do que a pedra bruta’.

Relembra-nos seus feitos perfeitos

‘Murmúrios incógnitos de gruta’

Que a Alma grita em busca de escuta

‘Onde o Mar canta os salmos e as rudezas’

Lá do fundo mais profundo das certezas

‘De obscuras religiões -- voz impoluta’

Que o ser ausculta como a orquestra à batuta

‘De sodas as titânicas grandezas.’

A povoar campos, cidades e vilarejos

‘Passai, lembrando as sensações antigas,’

Na memória do teu verso como cantiga

‘Paixões que foram já dóceis amigas,’

Voltam ao cenário deste palco como abrigo

‘Na luz de eternos sóis glorificadas.’

Para enlevo de civilizações enternecidas.

‘Alegrias de há tempos! E hoje e agora,’

Na cantilena de Madalenas de outrora

‘Velhas tristezas que se vão embora’

Pelo poder e querer de quem sabe à hora

‘No poente da Saudade amortalhada!...’

Abraçada em lembranças das madrugadas.

Dueto: João da Cruz e Sousa, Poesia Completa & Hildebrando Menezes

Adaptado do poema original ‘VELHAS TRISTEZAS’ com os versos de

Cruz e Sousa em aspas.

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 10/10/2009
Código do texto: T1858807