Eu vou parir palavras como quem queima florestas
Meus pensamentos soarão como mil trovões
Há de explodir em meu peito tudo o que não se diz
E inundar-me a mente com tudo que nem se imagina
Eu vou libertar esse grito na imensidão
E vou arrancar e imolar o meu coração
E mesmo assim não terei dito nada
Porque de nada estou repleto...

Eu vou deixar rastros dentro da noite
Eu vou recolher restos na solidão
Vou deixar passos no labirinto
E alçar vôos insanos no abismo
Eu vou deixar gritos no silêncio
E me lançar do céu no fundo do inferno
E podar minhas asas quebradas
Porque nada é eterno...

Eu sei que vou acordar
Para um outro pesadelo
Eu sei que esse despertar
É puro excesso de zelo
Piedade tanta por mim
Eu cuido com desvelo
Das coisas perto do fim
Começo de outro pesadelo
Porque nada é real...

Queimar palavras e parir florestas
Mil trovões não dão um pensamento
Tudo o que disse explode em mim
O que nem imagino me inunda
A imunda mente nesse grito
Vou imolar meu coração
Arrancado da imensidão
Libertar esse grito de sua prisão
E mesmo assim não terei dito nada
De que estou repleto
Porque nada é verdade...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 05/10/2009
Reeditado em 07/09/2021
Código do texto: T1848630
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