Àquele poeta triste
A tristeza do poeta
É a cor da poesia
Quisera ele odes de amor compor
E chorar a saudades do rosto amado,
O ingrato gosto da paixão.
Sua dor é o que o faz poeta.
Em seu devaneio melancólico,
Punge em sua alma o som de místicas revelações
Que desfolham-se com os ventos
De sua mente perturbada.
Ama, ri, chora, grita
Escarnece de sua própria sorte!
Em sua tela lúgubre, poesia
Pensa que pode vencer a morte
(da alma).
A dor que ninguém vê, e lhe acompanha
Enche as paginas rotas de sua ladainha
Incansável lamento.
De que é feito o poeta?
Papel, caneta, sangue e coração?
É feito de lagrimas
Convertidas, em palavras vãs,
Vulgarmente chamadas: poesia.