Espasmos

Espasmos

Eu corri tanto para chegar a tua língua

Despedacei paredes mais frágeis do que o ar

Esmurrei a minha raiva e acabei ficando louco

Deixei de ser altruísta

Deixei de ser aquilo

Eu fiquei parado tanto para ouvir quanto para crescer

Esmurrei a minha raiva e acabei ficando louco...

Decidi, amanhã não volto ao ciclo vicioso

Nem tolero o seu café da manhã em migalhas

Eu não vivi tanto para escorrer em teus abraços

E perder o sinal de pulsação do estomago

Eu permaneci alheio a tudo o que sofresse

Para viver atento a tudo o que faltasse

Eu me despi tanto que entalei em teu conceito

Me vi em maus lençóis de uma alvura implacável

Cidade pequena, não?

Coisa pequena.

Eu corri tanto que agora estou em rodas

Distante da alegria de sentir o cansaço do mal não estar

Perto da tristeza de olhar para os pássaros que carregam as nossas cores

E lembram os nossos filmes.

Rodas.

Filmes.

Rodas.

Cores.

Espasmos.

Rafael Santiago
Enviado por Rafael Santiago em 03/10/2009
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