MENINO...
Daquele ventre de mulher
Cigana tal qual a vida
De coragem destemida
Nasceu um filho qualquer
Foi logo entregue a sorte
De um mundo pobre e vazio
Menino vencendo a morte
Nas mãos da dor e do frio
Se não fossem aquelas vozes a lhe dizer
Perdoa o teu passado e vem viver
O menino nunca teria crescido
Forte, feliz e vivido
Um dia a fuga lhe veio à frente
E mesmo sendo inconsequente
Arriscou o seu destino
Já era um homem aquele menino
Em homenagem ao meu querido Pai que fugiu do Orfanato "Anália Franco", em Santos, ainda criança e foi ter uma vida de rua. Hoje eu o considero um vencedor.
Quanto a minha vó...a Cigana...esta já faleceu. Mulher linda e de muita fibra, porém que a sorte não favoreceu.
Escolheu entre os filhos qual devia abandonar. Olhou então meu papai e disse: Vou te deixar.
Meu Pai sempre a amou e sempre disse que nada tinha a perdoar.
Esse é meu Pai!