Pedras da destruição

Morro um pouco a cada noite

Quando cerro em mim a tua voz

Sinto as feridas reabertas

Depósito de mágoas

Face nimbada pelas lágrimas

Coração encolhido e amedrontado

Corpo saudoso do sono renovador

Escassearam as flores

Os espinhos se multiplicaram

A poesia doce do amor perdeu-se

De tua boca vêm as pedras

A mesma força que me concedia a brisa cariciosa

Inflige-me a tempestade devastadora

Empreendo passos pelas letras da dor

Em meio às batalhas dos egos

Confrangem-me o peito os ares de luta

Minh’alma não sente mais o sabor adocicado

Teus sons insistem em aniquilar-me

A certeza de que tudo está se escurecendo

Meu corpo pede trégua

Minha mente implora outra cor

Meu coração suplica tua mudança

Pelo amor que um dia nos salvou

E agora parece querer nos aniquilar...