Partida para um novo retorno
Oh suntuosa flor por que fostes embora?
Teu semblante perdeu-se no alvor matinal,
Padeceu no prado gentil flor divinal
Antes mesmo do advento de tua révora...
Por que em ti tanto libido reprimido?
Priva-te da minha caricia que não apraz,
Sonho divino num segundo se desfaz
Num fruto tão trivial e insípido
Tanto quanto o alento dos teus braços,
Dócil labirinto de minha perdição,
Minha tão viril verdade, pura abstração...
O prelúdio de meu fim segue meus passos
Num desejar que flama e se esmigalha
Na atroz ventania lírica de amor e ódio
Cantada sobre a singeleza do rocio
Das manhãs invernais que é tenra mortalha
Guardando o esplendor do renascimento
De uma nova estação com mais vida e sorte.
Neste firmamento brilhará mais forte
Retorno de quem caio no esquecimento...
Carlos Barbosa, 25 de setembro de 2009.