Aflição

Poderia, por ventura, nomear doutro modo

O que sinto dentro de mim,

Todas as manhãs, ao acordar

E perceber que não veio, ainda, o fim?

Doloroso é ter que enfrentar

Mais um dia esta sofrível situação,

Pois não pude, ainda, desterrar

Do âmago a amarga aflição.

Se for para sempre senti-la

Sufocando por dentro o peito,

Quero que se abrevie o dia

Em que num gélido leito,

Todos ao meu redor

Vejam com tristeza vã,

O meu pálido corpo a se expor

Pela última vez a essa última manhã.

Paulo Kol
Enviado por Paulo Kol em 25/09/2009
Reeditado em 26/10/2009
Código do texto: T1831818
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