Cordões Impiedosos

Nesta noite escura e sombria,

O pranto faz rolar uma lágrima

Em minha face pálida e fria,

Fazendo-a tornar-se cálida.

Mas não! não foi o pranto que a fez aquecer!

Eis que uma greta se permite olhar...

Uma luz surge, como um singelo alvorecer.

Teria vindo ao meu pranto aliviar?

Percebo o advento de alguma mudança:

Aos poucos a iluminada frincha abre-se,

Como se a mim convidasse...

Seria um alvor de esperança?

Tento alcancá-la com um gesto impulsivo

E, assim, me deparo com um triste insucesso:

Pés atados a uma impiedosa cordoalha!

O alvor que ora havia visto torna-se turvo...

Se intensifica o sofrimento do qual padeço.

Paulo Kol
Enviado por Paulo Kol em 25/09/2009
Reeditado em 07/02/2010
Código do texto: T1831265
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