Cordões Impiedosos
Nesta noite escura e sombria,
O pranto faz rolar uma lágrima
Em minha face pálida e fria,
Fazendo-a tornar-se cálida.
Mas não! não foi o pranto que a fez aquecer!
Eis que uma greta se permite olhar...
Uma luz surge, como um singelo alvorecer.
Teria vindo ao meu pranto aliviar?
Percebo o advento de alguma mudança:
Aos poucos a iluminada frincha abre-se,
Como se a mim convidasse...
Seria um alvor de esperança?
Tento alcancá-la com um gesto impulsivo
E, assim, me deparo com um triste insucesso:
Pés atados a uma impiedosa cordoalha!
O alvor que ora havia visto torna-se turvo...
Se intensifica o sofrimento do qual padeço.