DECESSO

D E C E S S O

Ó mulher que atormenta este coração aflito

Por que ficas calada diante desta aflição?

Derivas prazer no meu sofrimento

E queres deixar louco por ti

Quem te pede apenas um pouco da tua atenção.

Tens tanto desvelo com as palavras, ó capcioso !

Como leoa, sabes como dominar a presa

Diante desse impasse, pergunto:

No teu coração há lugar para essa paixão se alojar?

Na verdade, não sou príncipe

Da vida, sou um indouto plebeu rico de amor por ti

Inda que teu príncipe não seja eu

E quem te pode afirmar que o teu príncipe

Não seja, no amor, um indouto plebeu ?

Vivas e curtas a vida com quem te ama

Não vás à busca de quem nada sente por ti

Porque um dia, em tua vida, sem que percebas

O amor poderá, para sempre, afastar-se de ti.

E, tão só, verás claramente a tolice que cometeste

Em desprender- te dos momentos que deverias gozar feliz

E por não teres importado com quem te velou

Ao definhar- se a tua beleza e vida como a mera flor,

E de teres meramente para o nada vivido,

Sentirás n´alma a dor, encarando o decesso, infeliz.

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Desprender = livrar-se Decesso = morte, falecimento.

Desvelo = cuidado, zelo. Impasse = enrascada.

Autor: Kaewan

Bom Jesus da Lapa-BA.