Ansiedade

Há dias, pois, que o meu universo

interior

tece fibras de ansiedade

Uma construção indesejada,

atemporal

A ampulheta do relógio

controla o ritmo

sensato

da vida em promessa, mas

o novo amanhecer

adormece com o pôr-do-sol

já sobrecarregado dessa infausta

atemporalidade

cronometrada

Na ânsia de reorganizar

os sonhos temporãos,

está a causticidade de um sentimento

que vem

não sei de onde.

E pulsa, e vibra

não sei como.

Que se alimenta

não sei de quê.

E cresce, e vive

não sei pra quê.

E me invade, e me consome

não sei porquê.

E dói...

*Inspirado em Luís de Camões.