Dedo em Riste

Bastou eu me distrair,

Para a tristeza me invadir.

Não sei, ao certo, qual foi o momento,

Qual o movimento,

Que detonou o processo

Desse insucesso...

Mas não dá pra negar,

Com essas intrusas lágrimas a rolar.

Ela veio agressiva, potente,

Toda arguente,

Falastrona,

Mandona,

Arbitrária,

Autoritária,

Pressionando,

Pisando...

Causou-me um incômodo global.

Tirou alguma coisa do lugar.

Veio com uma potência fenomenal.

Acertou em cheio,

Em seu alvo preferido, meu peito.

Dificultou a circulação do ar...

Levantou-me o dedo.

Para dizer que estou incorrendo em grave erro.

Estou me menosprezando.

Estou me minimizando,

Ao aceitar as imposições capitalistas,

Que não me cabem, sob qualquer ponto de vista.

Tenho me consumido para não me rebelar,

Com todo esse suplício, acabar.

Estourar a boca do balão

E ir ter com a imensidão...

O pior é que a tristeza está certa.

Estou completamente fora da minha reta

Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 14/09/2009
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