O sacro silencio dos versos

Dos versos,

Quero o silencio sacro,

A órbita fátua,

A crise dos que verberam.

A tarja dos que esperam,

O gosto que reiteram,

É apenas desespero:

A fonte do esforço é a miséria humana,

A luta por ouro,

O sacrilégio de versos tristes.

Então cala-te, poema.

Não diz o que pensa

E dispensa,

Assim,

O sangue que teus olhos guardam.

Repensa o que és

E não sai ao te chamarem os incautos.

Aguarda, somente:

Alhures virá um santo;

Algures serás um santo.