SAINDO DE MIM

SAINDO DE MIM

AH! PERMITISSE DEUS QUE EU ME LIBERTASSE

DO MEU FRÁGIL CORPO POR ALGUNS INSTANTES

BUSCARIA BEM LONGE O QUE ME APARTASSE

DESSA DOR NO PEITO, FORTE E INCESSANTE

PARA OUTRO UNIVERSO EU IRIA NUM SEGUNDO

NA VELOCIDADE DE UMA ESTRELA CADENTE

E CONTEMPLANDO A GRANDEZA DO MUNDO

ESQUECERIA ESSE AMOR TÃO DOENTE

FICARIA NO ESPAÇO POR ALGUNS MOMENTOS

E NUM ESTÁGIO PLENO DE MEDITAÇÃO

ARRANCARIA DE MIM MEUS SOFRIMENTOS

SABENDO DELES TODA A RAZÃO!

SIM! UM MOTIVO HÁ DE TER, EU PENSO

NÃO POSSO VIVER NESSA INCERTEZA

CORAÇÃO FRACO E UM ESPÍRITO TENSO

APAGANDO EM MIM MESMA TODA BELEZA

SE A RAZÃO DESSA DOR FOSSE MEU PASSADO

DESPEJARIA UM RIO DE LÁGRIMAS AO CHÃO

E NUM GRITO LONGO E DESESPERADO

VOLTARIA, ENFIM, PARA PEDIR PERDÃO

PORÉM, AINDA ESTOU AQUI, EU SEI!

E SEM SABER COMO TIRAR NOSSAS ALGEMAS

GUARDO AS LÁGRIMAS QUE AINDA NÃO CHOREI

DENTRO DA NOITE, NESSE POEMA.

MIRA DIAS

"O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente." - Fernando Pessoa