(sem nome 3)
hoje acordei de manhã e pensei que teria um novo dia
tentei vestir minhas roupas mas elas em mim já não mais cabiam
tentei encontrar meu paraíso cercado de homens vestidos de negro para me ajudar nas mais variadas questões
mas sequer fui capaz de entender a mim mesmo
troquei minhas paredes pintadas de vermelho por outras pintadas de preto cinza cor de morte
ganhei mais calçadas para caminhar mas ao mesmo tempo mais espaços vazios que jamais conseguirei preencher
troquei tudo de bom que eu tinha só pra viver ao seu lado escuro
caminhando nas sombras como alguém que sequer sabe andar no vazio
contando as areias do mar como quem ainda acha que tem alguma esperança de viver em paz
caindo de amores e imaginando sair acordado em um sonho profundo de mãos dadas com alguém que você sempre amou e nunca mais viu em vão
com as pressas do tempo que me fazem pensar cada dia mais em alguém especial pra mim
que chega e não chega de acordo com o ritmo do meu tempo
carregando o fardo das coisas nas minhas costas
eu sinto o quão árduo é viver sem você
me sinto despreparado para tudo
eu acendo a luz e ela não vem
eu chamo pelas trevas e ela prontamente me atende
talvez seja melhor assim
dominar meu tempo e o ritmo de minha vida
para que eu não te perca de vez
ó doce escuridão que me faz sofrer