ABRAÇANDO ESPINHOS
Não acredito mais na rosa, só acredito em espinhos.
Que dilaceram as carnes de minha alma, desfigurando graves feridas internas.
Nunca a cruz pesou tanto nesses covardes ombros que suspiram profundos ais!
A loucura abraça a melancolia e juntas transformam a esperança em cárcere.
Nunca os pedaços de meus sonhos quebrantados se desesperaram tanto debulhados em lágrimas
E no pântano translúcido do meu ser desejos antigos me afogaram tanto em pranto de dor
E eu já nem sei mais onde devo caminhar já que as pedregosas estradas se igualaram
As duas metades de meu coração sangram juntas e agora quem irá amparar quem?
Quando a gente pensa que a dor alcança o seu apogeu ela transcende barreiras
Mente e Corpo se igualam em uníssona canção regida pelo desespero
Cambaleia a loucura, agora ela está aqui atormentando meus olhos.
O espelho revela o fracasso e a frustração de dormir sonhos e acordar pesadelos
E logo agora que mais preciso do seu abraço, me ignoras, meu amado tesouro!
Desprezas-me, eu que me humilho e me contento com as migalhas de seus sentimentos
Nem as migalhas queres me oferecer, em ti só vejo desprezo e indiferença.
E logo agora que mais preciso do seu abraço resolves em vão me abandonar...
Dança macabra faz de meus olhos chafarizes de lágrimas e lástimas
Unicórnio encantado me oferece o seu ombro, mas peraí não existe unicórnio!
Nesse momento vejo que a solidão é a única confidente que tenho
E logo agora que mais preciso do seu abraço me devolves desprezo e meu coração se arrebenta
E uma profunda decepção se insinua em meu coração, à mágoa visitou minha casa.
Deixando apenas espinhos que ferem feridas não cicatrizadas
Meus ombros latejam, a queda é inevitável não conseguirei levantar.
E logo agora que mais preciso do seu abraço me fazes de tapete para seu desprezo passar!