ABANDONO

Quanto abandono, tamanho esse amargor!

O descaso tão explícito, gritando desamor.

Um silêncio amargurante,numa voz calada.

Quanto desanima, essa página sem nada.

Sem qualquer palavra, sem qualquer som.

Assim desprendendo, sonhado sonho bom.

Passando juntamente, imagem espelhada.

Buscado um subsídio, apenas e mais nada.

Um dulcíssimo amargando, atirando ao chão.

Abandono soletrado, assim batendo coração.

Enquanto o tempo impiedoso, resfriando vai.

Qualquer coisa infinita, no esquecimento cai.

Assim vendendo sonho, colocado abandono.

O meu pobre coração, finalmente novo dono.

E um jardim de flores, dentro do sonho mora.

Numa mudança de endereço, viver feliz agora.

Um amor desencontrado, tão vazio indiferente.

Pois vive apaixonado, pelo sonho abrangente.

Encontrando meu caminho, um sorriso pontual.

Ramalhete de um carinho, apagando todo mal.