Fragmentos

Sigo a imaginação, roubo horas

alguns pássaros são mudos,

de frente para o mar

tem um coração desenhado nas areias

a se despedaçar,

sigo a lastimar.

Sem um cão-guia

sinto uma tempestade no céu

ainda perdido

velejo em um barquinho de papel.

Solto pipas no imaginário,

à deriva, a razão em fogo

em um porto desconhecido

em ruptura,

o afago afogo.

Acho fragmentos em um cartão,

estava escrito:

-eu te amo!

Olho para o lado, não vejo ninguém.

Sinto o avião de machê partir,

sinto que partiu-se o avião.

Sou fraco e forte

sem soberania,

sobrevivi!