VIDAS


Essa poesia foi postada nos comentários de meu texto PEDACINHO DE PÃO, pelo grande poeta Luso JOAQUIM SUSTELO.

Uma esperança morta...
No vão de uma porta
descança um velhinho.
Um pobre mendigo
sem lar, sem abrigo,
sem ter um carinho.

Cabelos enormes
as barbas disformes
um olhar bem fundo.
Seu corpo fenece
tão magro parece
não ser desse mundo.

Um velho chapéu
as pernas ao léu
que a calça está rota.
Um casaco velho
por sobre o joelho
(o frio se nota...)

Mas pouco descança
suportando a lança
que a vida lhe deu.
Já nada o conforta
nem o vão da porta
nem pensar no céu.

Lamentando a sorte
vai pedindo a morte
rezando orações.
Vida triste, ingrata...
Bem perto um magnata
vive com milhões.

Conforto diferente
um na fome sente
desgosto profundo.
Outro cheio dorme
-Oh que fosso enorme
se cava no mundo!

JOAQUIM SUSTELO

GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 27/08/2009
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