Em ocaso ...a poesia
elisasantos
No garimpo de palavras, a bateia em sofreguidão
Nenhuma retém, a folha em branco clama em vão
Os véus que envolvem-lhe a face, opacos
Omitem o encanto, fazem-na puro pranto
O poema quando surge, surge sem asas
Sentimentos não embala, com meias-verdades fala,
fala ... não diz nada, clama por realidade!
Abomina-lhe a purpurina...A fantasia assassina...
Que envolve seu teor em brumas...
Em angústias aborta dessa poeta a alegria
Primária de viver com poesia, chorando
A alma vadia, presa... parece morrer
A poesia calada, protesta, pede verdades
Tem o rosto encoberto, quisera vê-la!
Entretanto, um manto a encobre de mim
Espontânea não resiste aos ocasos de você