Tristeza...

Tristeza, é sentir o corpo inerte...

Dentro do peito, o coração vazio...

Seria a tristeza um ensaio de morte?

Campo sem flores?... terreno baldio?

Hoje, ela é minha companheira...

Choramos todo o amargo juntas.

Sangrando na incompreensão...

No inesperado... da força bruta...

Mal dos tempos, de mim, da vida...

Do sonho quase infantil, da crença...

Mania de querer o perfeito... o belo...

E se embrenhar na mata da indiferença

Tristeza que molha o olhar antes vivo...

Que faz lavar o meigo e sentido coração,

Que traz o silêncio... onde havia canto...

Buscando o esquecimento e o perdão...

Tristeza, vale de sombras e fantasmas...

Rumo perdido... porta trancada...

Vontade de desistir de tudo, do mundo!

Correr sem saber para onde, em disparada!

Tristeza, é como o encontro das águas

Do mar... e as águas dos rios...

Céu de densas nuvens... sem gaivotas...

Torrente impaciente... buscando desvios...

Tristeza é buscar razão, explicação...

É perder o ânimo... a coragem!...

Se esconder num canto, onde ninguém

Fale. É pintar de cinza, toda a paisagem!

Mary Trujillo

14.06.2006

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Mary Trujillo
Enviado por Mary Trujillo em 16/06/2006
Código do texto: T176665
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