Precedentes do final
O desespero toma conta, o peito se sente irrepreensível, o coração se debate, o sangue corre lentamente e o suor precede a agonia.
Preso na ingratidão do destino, vivendo cada dia como um leão de circo, cheio de coragem, porém enjaulado, acanhado, medroso demais para mostrar suas garras e mostrar para todos do que sou capaz.
Em frente a maquina meus dedos se contraem, encarando o lápis e o papel eles se acanham e o desespero se funde com o medo.
Medo de viver, de sonhar, de sentir, de se emocionar, medo da vida que está por se acabar, medo das lágrimas em meus sonhos fazendo-me cair em águas ímpias descendentes dos rios imundos do mundo arrogante.
Imundo também me sinto, o coração já não bate em favor do brilho das estrelas, tudo o que sinto é lixo, prejudicial para os dejetos a minha volta.
Provavelmente cairei em desgraça, visto que passei por fases de pura graça e fiz a solidão tomar conta de um coração cheio de esperança e vida.
A luz no fim do túnel se apagou e onde havia flores e alegria hoje vejo carne podre e temores. Já não há céu azul, nem pássaros cantando, a única coisa que existe é meu subconsciente pensando, que há trevas e pessoas gritando.
Gritam com tristeza e infelicidade como se perdessem tudo o que haviam conquistado pela força da atrocidade que os corações desafinados fazem questão de relembrar, de fazer o sofrimento acontecer e ver os corações puros berrar, seja de solidão, seja de não poder mais amar.
Já não agüento mais essa vida de impurezas, de sonhos interrompidos e destrezas, estou indo embora para um mundo diferente, onde ao menos uma pessoa se sentirá intocado pelas almas ímpias e viver sorridente, pessoa essa que o mundo um dia conheceu, que fez tudo pela vida, pelos amigos e de amor sofreu e a dor por ele escolheu, essa pessoa sou eu