O final

Após tantas palavras escritas em pedaços de papel o poeta vê a dor bater forte no peito, o coração se exaltar, a mente enfraquecer e os olhos umedecerem então na porta de mármore branco vejo as pessoas que me rodearam durante toda minha estadia nessa vida chorando triste pela minha ida, mas ao fundo, aconchegados pelo manto de suas lágrimas e acomodados pelos sorrisos em suas faces está à felicidade dos que me ajudaram, pois como sempre estiveram ao meu lado sabem da luta para conquistar a missão concebida a mim por Deus e sabem que é vendo-os felizes por saber que a minha ida será o bem, o inicio de uma nova vida, o meio de um todo e o final de uma vida coberta pelos mais obscuros sofrimentos derrotados pela luz de um coração puro.

Mas há algo estranho, eu aqui pronto para partir e sinto-me confortável deitado em um colchão de penas brancas, com a cabeça acomodada em uma almofada dourada, sendo que jamais vi uma despedida tão triste em meio de coisas tão belas das quais só estou desfrutando durante os últimos momentos donde estou.

De repente, uma luz intensa brilha sobre meu rosto, tão forte que os meus olhos foram se fechando aos poucos e como num piscar de olhos tudo escureceu, senti um arrepio e mãos me tocaram tão suave e divinamente e em partida vi de longe as palavras escritas na porta de mármore branco: "Nas vozes entrelaçadas no silêncio, vê-se que por mais que tenhamos dito palavras tocantes, apenas os olhares e sentimentos foram guardados."

Luiz Aguinaldo
Enviado por Luiz Aguinaldo em 20/08/2009
Código do texto: T1763591
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