O vazio que me consome
Em meu caos e minha desarmonia,
na morte de meu ser.
No tédio de estar aqui,
neste berço melancólico de minha epifania,
que transcende e ascende minha mente insana,
no deleite deste momento sublime.
A falta de sentir, o vazio,
tão belo e tão sutil.
O vazio, tão cruel e tão vil.
Me perco nessa indescritível sensação de vazio.
Digo que já não a mais harmonia
que eu possa cantar,
e que nessa monotonia,
me perco e me encontro num infame estar.
Sinto algo que não consigo expressar,
a falta de viver e a inexistência de morrer.
A insatisfação imoral,
Que me prova,
o jeito indigno e ingrato de ser.
Possuo quase tudo que poderia desejar,
e de certa forma,
o vazio continua a me consumir, a me devorar.
Como pude eu me tornar a presa de meu
desmentido e desonesto destino?
O vazio me consome,
em uma sinfonia caótica e sintética sem razão.
Não consigo compreender por que
me consome essa trágica solidão.