Alma de peão:

Olha seu moço

Aquele velho rancho

Pau-a-pique mal coberto

Uma janela uma porta

Que, a cidade não importa.

Pois é um rancho de peão.

Onde só existe pobreza

Ante-sala da miséria

Mas o que isso interessa

É só um rancho de peão.

Pobre peão...

Pobre vida do interior

Onde o progresso não chega

Apenas, falsas promessas.

Pobre peão...

Que um dia acreditou

Que o futuro ainda lhe daria

Uma vida bem melhor

Pobre peão...

Onde ficou tua esperança

Pois hoje são tristes lembranças

Dos teus tempos de criança

Pobre peão...

Olha lá seu moço o que vê

Um rancho que parece abandonado

Mas não está, pois ali deve morar.

Com certeza, alguma alma de peão!

Volnei Rijo Braga

Pelotas: 14/06/06