RETALHOS DA VIDA

RETALHOS DA VIDA

Onde andará a antiga meiguice?

Que eu via transbordar

Nos jovens rostos

Hoje, quase todos são mesmice

Não têm para onde fugir

Sem conhecer a realidade

São tragados na mociedade

Pela crua fatalidade

Aprendizes de curso a distância

Robotizados sem infância

A maioria na juventude

Vivem um pesadelo em plenitude

Observo as etapas da jornada

E vejo a existência massacrada

A menina que não dançará

Como a elegante Alicia

O menino que não sorrirá

Ao soprar suas notas ao vento!

Os mísseis ganharam as batalhas

Destruindo desconhecidos territórios

Antes mesmo que bandeiras

Pudessem ser levantadas

E vozes pudessem ser ouvidas

Pedindo socorro ou gritando PAZ

Os oceanos não irão transbordar,

Pois as lágrimas de todas as mães

Irão outro dilúvio anunciar

Que nossas vidas estão sendo rasgadas

E jogadas aos montes de abutres

Desde as pequenas chacinas locais

Ou nos enormes desertos

Repletos de vorazes chacais

Vejo o sangue da vida

Escorrendo nas manchetes dos jornais

As crianças sem brinquedos e quintais

Pequenos seres que nascem marginais

Sentindo a vida ser-lhes tirada

Desfeita em desbotados retalhos finais.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 09/08/2009
Código do texto: T1744406
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