Rainha sem carmim...
Era tão natural o que eu sentia, nem triste nem alegre,
De modo que eu pudesse sentir a sua falta.
Eu carregava a busca no olhar, a esperança na alma e o desejo na pele.
E nessa falta de você eu sentia a sua forte presença em meu coração, você estava lá
Sempre comigo, caminhando em meus pensamentos.
Não havia a dor, talvez certo lamento por uma imensa vontade de sentir o sabor.
Ganhei meu momento...me joguei de cabeça , senti o calor, bebi o sabor e na pele arrepiada crepitava as chamas antes domadas pelas próprias mãos.
Me joguei no centro, na face do fogo...eu dei a minha alma por amor.
Adormeci cinderela ......entreguei minhas palpitações...
Acordei sem beijo nascido...me encontro morrida com a alma estendida na palma das mãos.
Sem flores no cabelo, sem perfume...nessa cripta escura deitada sobre o amor e coberta pela solidão...
Num grito apaguei o dia e acordei nessa silenciosa escuridão..
Eu segui a luz até as portas do inferno... vestida de rainha...
Aqui jaz ...sem carmim.
Bebendo a água salgada que brota do meu jardim...
Antes nascida me encontro morrida, desatando os nós no submundo do meu coração...