LÁGRIMA CAMUFLADA
Deixe-me, pensamentos mórbidos!
Que só trazem amargura na sombra da minha noite,
passas como rio sujo que lambe meu cérebro e tudo polui.
Na calada da noite, com mantos negros, se aproxima,
tudo silencia na sequência desse tormento, lento...
Tenha piedade, desse cérebro vulnerável,
tão pequeno prá tanta dor.
Quer levar-me a loucura? Quer que chores?
Por que teima em ficar, se o dia já vai raiar?
Onde estás, meu rei e Senhor?
sei que ouves o meu clamor,
agasalha-me com teu manto sagrado,
toque nesse coração chagado,
expulsa esse malfeitor ingrato,
acalme essa dor com seu sopro,
alivia os açoites que castigam as estradas do meu corpo,
porque hoje não sou nada,
na viagem de uma lágrima camuflada.