O Fim de Uma Era-Parte IV

Todas as coisas que um dia foram minhas

Escorrem por minhas mãos

O que conheço divide-se em antes e depois

O grande divisor é a minha morte

O que acontece quando meu corpo incendiar?

Olho para todos derramando suas lágrimas

Será que mereço tanto carinho?

Será que a minha morte cegou-me?

As palavras escritas aqui

Será que são devaneios de minha mente?

As palavras fogem de minha mente

Ponteiam por minhas mãos

Risca um papel frio mecanizado

Teclas duras descrevem uma alma gélida

O mundo não me fez frio

Mas eu congelei os corações ao meu redor

Estou sangrado as facas que apunhalei

Queimando tudo dentro de mim

As lágrimas correm livres por meu rosto

Todos que eu amava

Acabei por matar

Ao fundo de meus ouvidos

Ouço um festejar distante

Seria uma festa para mim?

Seria uma festa contra mim?

No fundo negro de uma alma

Espero por um lampejo de luz

Não um que me salve

Mas que me mostre o caminho

Não para um novo eu

Mas para uma salvação

Os sentimentos escondem a realidade

Tão fácil é esconder-se do mundo

Fazer-se de forte

As pessoas pensam ter razão sobre seus atos

Mas nossos atos são escolhas de almas feridas

Ressentimento e dor dentro de nosso peito

Ao mundo sorrimos e o escuro choramos

Tudo que sinto agora

Desde meu remorso ao meu ódio

Tornam-se chamas que queimam meus olhos

Os delírios dos meus passos

Seguem por estas ruas sujas

As estrelas mapeiam o rumo para lugar algum

Pés vagam por caminhos longos

Em direção ao Céu ou Inferno

Fazem estradas ruírem

Minha mente pesada consome

Toda a vida que existe em mim

Frases ferem como fogo

Marcam minha alma

Marcas eternas?

Diga-me o que está escrito em sua alma

Como conhecer alguém se não conheço a mim mesmo?

Matar as bondades que existem dentro de mim?

Fazer lágrimas escorrerem?

Secá-las?

Acalentar as foices que me caçam?

Meu sangue rubro encharca o chão

Faz-se ali o fim de uma caça

Meus últimos suspiros são ensurdecidos pelos risos

Daqueles que dizem que os feri

Minhas lâminas que tanto citam

São as verdades de minha alma

Dizer o que pensa sempre foi um crime

A verdade só mata quando é veneno

Quando corre rápida por nossas veias

Quando invadem uma mente

Quando a verdade tenta ao máximo ser escondida

Por aquele que a possui em tuas entranhas

Choram por aquilo que sabem ser verídico

Pelo medo que sentem de si mesmo

Uma alma negra ou alva?

O que os olhos alheios dizem de mim?

Oh ti Deusa de todos os mundos

Ouça-me agora

Labuta meu tormento em meu provento

Faz-me distante deste mundo putrefato

Leva-me para longe deste mundo

Para onde os ventos do Norte tornam-se Sul

Almas insólitas ainda me caçam?

Desejam ainda derramar meu sangue?

Tentar fugir de mim mesmo não é saída

Disseram-me isso uma vez

Entrou fundo em meu coração

Tais palavras serão lembradas

Pela eternidade de um momento

Mesmo que me esqueça de seu autor

Mesmo que ele esqueça de mim

Suas palavras sempre farão sentido

Das tardes de nuvens andantes

Das noites de luas clareantes

De todas as correntes infinitas que seguem por meus pensamentos

Um filete sóbrio me acorde de um pesadelo

Das sombras que escondem por de trás das paredes

Dos espíritos que gritam alto

No fundo de minha solidão

Estou sozinho no esboço de mim

Das melodias tristes de meus passos

Ecoa longe os sorrisos

De minha aparente alegria

Desde as elegias que vivi

Dos tormentos que há em meu mundo

Perfeição seria o extremo

De um alguém complexamente simples

Não vejo mais aquelas estrelas que me guiam

Nuvens negras mostram teu peso

Será a chuva a cair?

Será Deus a me castigar?

Ou seriam meus olhos marejados de lágrimas

Estou sentado sobre o túmulo

De um mundo negramente alvo

De sua falsa verdade

Que não quero mais lembrar

Dark Nightfall
Enviado por Dark Nightfall em 28/07/2009
Reeditado em 13/09/2009
Código do texto: T1723758
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.