Monarcas do azul
Vistos da praia
os crepúsculos são tristes,
como mãe de natimorto;
como um beijo de velho moribundo,
seguido de triste bênção.
Vistos da praia
o infinito ganha forma
e o finito se liberta,
como se um fosse o musgo
sobre o outro, pedra-alada.
Vistos da praia
os sonhos são fortes,
como o vento a copular a chuva
que, úmida, insiste
em nos mostrar seu gozo.
Vistos da praia
os guerreiros de alto-mar,
hoje, monarcas do azul,
voltam da guerra onde os remos
eram armas e hoje, cetros;
onde a jangada era o front
e hoje, trono esplendoroso,
e ostentam belas medalhas
de honra ao mérito
e de escamas.