Estiagem

Sinto como se as palavras secassem,

A dor da sua ausência leva consigo meus sentimentos...

Fico a divagar, procurando as rimas, perdida em meus pensamentos.

Rabisco, rascunho, escrevo....

Rasgo tudo, jogo fora, queimo, deleto

Falta você, a dor sufoca feito veneno....

Nada rima, não tem verso, não tem prosa, nem soneto...

É a estiagem da palavra....

É a estiagem da poesia...

Tudo em volta fica sem rima,

Tudo em volta fica sem prosa, sem verso...

Feito terra seca onde a semente não germina...

Foram-se as palavras e as rimas da poetisa.

Até quando essa estiagem?

As palavras borbulham em minha mente...

Fervem em meu coração...

Só não obedecem a minha vontade veemente....

Traduzindo-se em um verso, em uma canção.

As palavras me sufocam...

Quero derramá-las na folha de papel...

Preciso deixá-las fluir na tela a minha frente,

Como se as pintasse em uma tela com pincel...

Vendo-as tomando a forma que surge em minha mente...

Se tu não vens.... as palavras fogem, teimam e não voltam.

Vai morrendo a poetisa....

Sem teu cheiro, sem tua brisa...

Volta minha inspiração!

Traz sua presença que aquece meu coração...

E contigo voltarão as palavras rimadas...

Renascendo a poetisa que vive só de pura emoção.

Maristela Silva
Enviado por Maristela Silva em 26/07/2009
Código do texto: T1719591
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