Estiagem
Sinto como se as palavras secassem,
A dor da sua ausência leva consigo meus sentimentos...
Fico a divagar, procurando as rimas, perdida em meus pensamentos.
Rabisco, rascunho, escrevo....
Rasgo tudo, jogo fora, queimo, deleto
Falta você, a dor sufoca feito veneno....
Nada rima, não tem verso, não tem prosa, nem soneto...
É a estiagem da palavra....
É a estiagem da poesia...
Tudo em volta fica sem rima,
Tudo em volta fica sem prosa, sem verso...
Feito terra seca onde a semente não germina...
Foram-se as palavras e as rimas da poetisa.
Até quando essa estiagem?
As palavras borbulham em minha mente...
Fervem em meu coração...
Só não obedecem a minha vontade veemente....
Traduzindo-se em um verso, em uma canção.
As palavras me sufocam...
Quero derramá-las na folha de papel...
Preciso deixá-las fluir na tela a minha frente,
Como se as pintasse em uma tela com pincel...
Vendo-as tomando a forma que surge em minha mente...
Se tu não vens.... as palavras fogem, teimam e não voltam.
Vai morrendo a poetisa....
Sem teu cheiro, sem tua brisa...
Volta minha inspiração!
Traz sua presença que aquece meu coração...
E contigo voltarão as palavras rimadas...
Renascendo a poetisa que vive só de pura emoção.