Amor do avesso
Agora nada sou...
Só cadeira vazia no salão sem par
Dançando com disfarçada alegria
Qualquer dois pra lá, dois pra cá
Sou marinheiro sem barco, sem porto
Viajante sem destino algum
Náufrago sem ilha
Sou uma meia sozinha
Uma só alça de bagagem
Sou maresia sem mar
Brisa sem ar
Sou nenhuma cor
Sou pétala a voar sem vento
Vinda de lugar nenhum
Sou da terra do nunca
Do jamais, do não-pode-ser
Sou menos um de zero
Sou nada
Sou medo
Sou bruta
Sou qualquer coisa à esquerda
O avesso do avesso do amor...
Sou aquilo que quer ser