Devaneio

Este doença que me corroí por dentro,

Devora todas as minhas entranhas,

Esta mágoa me desgasta,

Como se fosse arranjo.

Isto é algo do qual não queria sentir,

Isto é algo que não queria ouvir,

Parece que tudo me entupiu por dentro,

Entre anseios e devaneios.

Sinto que há borboletas em meu estômago,

Sinto que alguma coisa me toma por dentro,

Não sei se é tristeza,

Ou um simples efeito.

Queria que isso desvanecesse,

Queria voltar a ser o que eu era,

Sem essas dores,

Sem esse receio de saber o que irá incidir.

A cada dia essas dores crescem,

Sinto que se acolhem dos meus rins,

Estou tremendo,

Estou agonizado,

Será esse o meu fim?

Essas borboletas em meu estômago,

Trazem-me uma sensação de liberdade,

Somente assim para deslembrar,

Essas dores projetadas.

Sinto que não agüentarei por muito tempo,

Não agüento despertar com essas dores,

Minha mãe sempre dizia,

Que tudo passaria,

Mas isso carrego há anos,

Dentro de mim.

Não sei o que é,

Nunca consegui entender,

Não sei se é tristeza, angustia ou um bem querer.

Não sei se isso é bom,

Ou se é ruim.

Não sei, quem sabe não passa de apenas um suspiro.

Hoje acordei mal,

Minha vida decerto está no fim,

Olhei-me no espelho,

E nem consigo ver mais quem eu sou.

Vejo apenas um jovem caquético, sem vida, desnutrido,

Alguém que não sabe o correto valor da vida,

Alguém que apenas sente o desejo de deitar-se na cama,

E adormecer.

Este é o meu fim,

Tudo isto está entre os meus rins,

É uma coisa que ficará no passado,

Pois não estarei mais aqui.

Pode ser algo ilícito,

Posso estar errado

Mas se for verdade não chore por mim,

Deixe-me descansar em outra vida,

Onde nunca terei mais nenhum sofrimento,

Onde estarei somente eu,

E os meus pensamentos.

Não chore por mim,

Nunca derrame uma lágrima se quer,

Independente de tudo estarei feliz.

Apesar de que tudo isso permanece entre meus rins,

Não passou de um sonho,

Com verdades ou mentiras,

Não passou de uma bela, doce e simples...

Poesia!