Sob a Madrugada

Sob a escuridão do luar tímido

Triste, o coração abria mais que o ozono

E o amanhecer do meu sofrimento era húmido,

A tal ponto de minha ânsia musicar meu sono

Na beira da madrugada tudo era possível

Mas eu, inebriada de frio

Solicitava a Zeus o fulgor inesquecível

Para então beber todas as horas de brio

Prestes a terminar minha musa

A ressaca do pear às escuras

Fazia ecoar toda a tibieza

Pois, agora minhas mãos eram turras

Se bem que as unhas tortas

Tentavam ilustrar a cacografia

Nesta noite à qual dependia a inspiração

As blusas emanavam como hortas

Não sei se só eu quem escrevo

Quando apenas vejo que solitário

Em uma mesa sem nenhum acervo

A ociosidade evadia-se no locatário

Seja nesta beira madrugal

Seja nessa leitura quiçá inesperal

Lembrei de quanto pobre sou

Embora conteste o lugar aonde vou…

ESCRITO 22 de Junho de 2009

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 16/07/2009
Código do texto: T1702631
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