Vorazes ponteiros
Devoras-me vorazmente as lembranças,
Marcas meu rosto impiedosamente,
Despertas minha saudade dormente,
Obrigas-me a aceitar suas mudanças
Saqueias-me todos os bons momentos
E só o que queria esquecer me resta
Pois causas p’ra risos varrem os ventos
Lágrimas se escondem em qualquer fresta
Covarde , espancas-me e corres , foges ...
E eu , fraco e derrotável não desisto,
“Onde há vida, há esperança!” Por isso tento.
Ser que és insuperável! E sempre urge
Que saibas o quão me julgo maldito
E ínfimo perto de ti , Ó tempo !
(Bernardo Joanes)