A perda
Não há o que dizer, enquanto finjo escrever.
Penso estar tudo bem, mas
o segundo seguinte seguiu sem ver
que a frase, ao invés do íntimo, não dói,
diferente do real que me corrói.
Na fragilidade de uma estrofe de cinco versos,
converso sobre a futilidade de trechos
nem sempre rimados, doídos e controversos.
Faço em quatro linhas para menos saudade.
Calculo um passo, até a porta,
de forma inocente, como se fosse algo
que trouxesse de volta o que me importa.
Vida de poesia que perde um pedaço a cada trecho.
Música na cabeça que embala a perda. Estremeço.
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Nisi, sentiremos sua falta.
LUTO