DA MORTE DO POETA

A dor que me corrói as entranhas,

Deixa minha visão turva divisar

Olhares de compaixão em redor.

Sente-se essa dádiva maravilhosa

Chamada vida

Render-se às forças

Invasoras que se apossam

Deste corpo.

Já num raro lampejo de consciência

Pergunto-me sobre qual mais importante:

Autor ou obra?

Apenas a lembrança

Da musa que me inspirou

Em tantos dos escritos

Em que revelei velado amor.

Sem a qual

Não existiria autor,

Muito menos obra.

gilbtan
Enviado por gilbtan em 13/07/2009
Código do texto: T1696551
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