Máscara

Hoje vou ludibriar a dor.
Essa dor que machuca meu peito,
faz sangrar meu coração,
grita aos meus ouvidos,
sibila como tufão.
Vou me vestir de palhaço,
cobrir com máscara qualquer traço
que endureça minha face,
entrelace de culpa e arrependimento,
um triste momento
que não quer passar,
que não me deixa sonhar...
Que emudeceu meu sabiá!
Meus olhos são pântanos
de águas negras represadas,
paradas no mesmo lugar.
Mas vou zombar dessa dor,
Ah... vou...
Vou tomar o mais doce licor
e vestida de palhaço,
disfarçando os seus traços
vou sair por aí...
Misturar-me num bloco
Na Marquês de Sapucaí
e fazer de conta que tudo é carnaval
e que o resto foi apenas um engano banal!