Labirintite
Esbarro num copo
que troço, ele me deixa
no chão em cacos
Esbarro num corpo
que deixo, ele me roça
e num desejo, me ardo
Esbarro num medo
que mexe comigo
por dentro, eu berro
Esbarro, esbarro num susto
que grito, e o riso dele
se queixa do sério meu
Esbarro, esbarro velho
e valho mais que um empurrão
o mundo se acalma, minha alma
paralítica, se esbarra sempre
Quando queimo em lágrimas
o vulcão acorda, o torto enrijece
iludido
Que jogo, deixa-me-deixa
minhas emoções combustuem
uma pílula ou um banho, paralítica...
era uma ardência descolorida
a calma que tanto desejo
poderia ser turpor...
Esbarro, num questionamento
e me entrego, lento
ao dissabor de verdades escondidas"