O ANJO TRISTE

Correu ao meu encontro,
Agarrou na minha cintura,
Disse com a voz insegura,
Recheada de dor,
Não me solte, por favor,
Eu tenho pavor do monstro,
Que monstro meu amor?
Aquele que você tanto falou,
Para tomar cuidado,
Eu tomei, mas, não adiantou,
O monstro – possuído,
Me colocou as mãos,
Me jogou no chão,
Rasgou o meu vestido,
Disse bem assim,
-Fique caladinha,
Quem mandou ser bonitinha?
Subiu em cima de mim,
E me machucou.
Para onde eu vou,
No amargo do agora,
Sinto sua sombra sonora,
Sinto o monstro comigo,
Sinto falta de espaço,
Completamente infeliz,
Instrutor meu amigo,
Me diz,
O que é que eu faço?
Ao ver aquele anjinho,
Com apenas dez aninhos
Numa alma serena,
Uma revolta ardente,
Me estendeu o manto,
E me senti tão impotente,
Diante do meu pranto.
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(Bem que poderia ser ficção, desgraçadamente, não é).