Espelho das Dores

Não encontrando
uma solução que lhe agrade.
A vaidade do ego.
Temendo que o exercício do perdão
lhe crie a impiedosa fraqueza.

Uma muralha de conceitos impostos,
curvando-se por suas trincas.

Fugindo da imagem
que refletem os espelhos,
não se suportando.

Desequilibrando-se,
mergulhando em sentimentos
de autorrejeição.

Agredindo o próprio ego,
revertendo contra si
seu amargo ódio.

Chegando por caminhos tortuosos
a seu libelo de grande culpa.

Condenando-se com cruel impiedade,
acusando-se sem piedade
para, por fim, exaurir-se
de seus próprios caprichos,
esgotando-se.

Descobrindo toda a inutilidade
e falta de senso da sua atitude.

Dobrando as ponderações,
modifificando violentamente
as suas conclusões.

Criando uma ação de improviso,
uma tábua para urgente salvação,
para quem se sente naúfrago no mar.

Fingindo calma,
onde de fato há desespero, 
imaginando um  meio,
uma estratégia
para não ser infeliz.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 09/07/2009
Reeditado em 28/07/2009
Código do texto: T1690214
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