UM AMOR QUE SE FOI...

Assim, de repente,
O amor escapa do olhar,
O passo treme,
A alma geme,
Nada mexe, nada canta,
Nada adianta,
E a gente se sente,
Uma folha a vagar...
Na imensidão.
Certamente,
A boca deseja,
Manifestar – falar
Do aperto no coração,
Da eterna peleja,
Entre razão e emoção,
Pedir perdão,
Pelo que não fez,
Despejar vários porquês,
Tentar impedir a ida,
Mas, o corpo fica parado,
Encaracolado,
Na muda posição,
Absurdamente,
A gente se vê entregue,
A uma dor desmedida,
Com a face descolorida,
Pela densa escuridão,
E não consegue,
Conter o escoar do pranto,
Na solidão plena;
Valeu a pena,
Amar... tanto - tanto?