- O rigor da sorte escura -

(Por Onofre Ferreira do Prado)

Vim ao mundo como todos vieram,

Sonhei como todos sonharam,

Carreguei pedras, encontrei muralhas,

Conheci tristezas e desventuras,

Caí, levantei-me,

Saciei o corpo,

Alimentei a alma,

Gritei, chorei, amei,

Quis vencer, não venci,

Quis ir, não fui,

Senti a aridez do tempo, dos muros,

Senti a frieza dos homens,

Tentei, tentei, tentei...

Sucumbi-me diante do Nada.

Hoje, solitário de tudo,

Sem lápide, sem epitáfio,

Descanso-me num lugar qualquer,

Entre o silêncio, o espaço celeste e uma cruz,

Aqui, igualei-me a todos os homens!...

Onofre Ferreira do Prado
Enviado por Onofre Ferreira do Prado em 07/07/2009
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