A chave
De repente deixou de haver saudade;
Fugiu do peito em brasa a dor cativa
E o som de tua voz tão incisiva,
Nesse instante varou a eternidade!
Hoje não há saudades, mas lembranças,
Angústia, desespero, cicatrizes,
Fugaz felicidade sem matizes,
Dos sonhos coloridos das crianças;
Hoje não há saudade e esta poesia
Não é louvor de fé, é desencanto,
É gota de tristeza, é nada, é pranto!
É tudo que restou de antigas fantasias,
Que deixamos largadas, esquecidas,
Um espasmo de morte além da vida!