Anjo
Um anjo debruçado na janela
Com ares de criança senil,
Cospe em minha cara e me subjuga
Mostrar meu valor, seu ardil
Eu, tal qual serpente egoísta
Grito, brado revoltado:
_ Que os anjos não cuspam em mim!
Mas a minha alma brinca
À distância, entristecida
É a libertação do desassossego
O escarro que gruda
Liberta a verdade escondida
E a máscara despenca
E o anjo debruçado na janela
Revela-me em seu olhar
Vazio...