Eu não vejo as estrelas

Uma vida repleta de faltas e incertezas

Tempos perdidos... fragmentados...

Vida sem a vida

Uma mãe que adormece

Para sempre num leito de um rio

Um filho encontra e descobre

Que jaz com suas vestes

Crianças que não vêem as estrelas com brilho

Sol que não aquece dentro dos corações

Surge um monstro

Na vida da princesa triste

Que açoita e suga o néctar que se esvai

Retira de si a pureza com migalhas

A toca como se fosse um objeto

Pouco ou nada vai do real ao irreal...

E pedindo socorro à Lua

Afaste de mim esse monstro

A Lua responde estou nua!

A princesa desolada se declara

O meu corpo conhece o toque

Que por migalhas o monstro insistiu

Na armadilha dele caindo

Não quero essa falta de sossego

Ajude-me oh, Lua, te imploro...

Olhe o quanto eu choro...

Hoje só tenho a você

Minha única esperança...

Ajude a outras crianças...

Venha me proteger!

Não ocultem de mim as estrelas

Que ainda não consigo ver...

Quero caminhar e ver além do arco-íris

Quero uma nova vida

Sem o monstro a me perseguir.

03/07/2009